terça-feira, 26 de julho de 2011

Dirofilariose Canina ou Verme do Coração

O Que é Filaria?

A Dirofilariose é uma doença debilitante e potencialmente fatal para os cães. A causa desta doença é um verme a Dirofilaria immitis, que se aloja principalmente no ventrículo direito e a artéria pulmonar. O gato é ocasionalmente infectado.

O ciclo da Dirofilariose começa quando o mosquito ao se alimentar de um cão previamente infestado, recebe a microfilaria (ovos) através do sangue do cão. No mosquito a microfilaria se desenvolve em larva infestante (2 a 3 semanas), quando o mosquito for se alimentar novamente a larva penetra através do local da picada e ocorre um período de desenvolvimento da larva e uma migração até o coração esta fase toda demora entre 2 a 4 meses até que ao chegar no coração, a dirofilaria imatura se desenvolve em filaria adulta sexualmente ativa (num período de 2 meses). A partir daí havendo uma filaria de cada sexo, ocorre o acasalamento e as microfilarias (ovos) são liberadas na circulação sanguínea, onde um mosquito ao se alimentar recomeça todo o ciclo.

Qualquer cão está sujeito a filariose, porém as regiões litorâneas são áreas de maiores riscos devido à proximidade de florestas e Mata Atlântica que aumenta o número de mosquitos. A região de serra indiretamente também já se encontra alguns casos, pois muitas pessoas que possuem casa de praia, também as possuem na região serrana, com isto o cão leva de um lado para o outro as microfilarias.

Os sinais clínicos e grau de infecção dependerão, entre outras coisas, da susceptibilidade individual de cada animal, assim como a duração e severidade da infecção. Quando as filarias adultas estão presentes, podem causar inflamação das paredes das artérias no pulmão, obstruindo vasos sanguíneos e conseqüentemente alterando o fornecimento sanguíneo aos órgãos vitais. A partir dai uma série de problemas vai se desenvolvendo uma coisa interligada a outra.

A maioria dos proprietários de cães não se dão conta que seu animal de estimação esta com filaria, até que a doença esteja bem avançada . Somente nos últimos estágios, quando a doença é difícil de se tratar, os animais apresentam os sintomas típicos da doença: tosse crônica (inicialmente seca), respiração difícil, apatia, fadiga (devido a qualquer pequeno esforço), perda de peso e abdômen distendido causado pelo acúmulo de líquido (ascite devido à doença cardíaca crônica digestiva).

Existem alguns exames laboratoriais feitos através da retirada de sangue do cão que avaliam a existência ou não de filaria e até mesmo o grau de infestação. Existe terapia para os animais já acometidos pela doença, contudo o seu veterinário deverá avaliar a situação, pois cada caso é um caso diferente e dependerá quão quanto o organismo do seu cão estará debilitado. Por outro lado há como evitar que o seu cão venha a ter esta doença desde filhote.



A prevenção é a melhor forma de evitar a dirofilariose. Há medicamentos que impedem o desenvolvimento da doença matando as larvas que contaminam o cão. Alguns vermífugos ou remédio de controle anti-pulgas possuem efeito contra as larvas jovens.


Contaminação do Homem pelo Mosquito

A doença é grave para os cachorros e ainda traz riscos à saúde dos donos. A Dirofilaria immitis pode parasitar o ser humano, quando picado por um mosquito transmissor. Esse parasita é incapaz de completar seu ciclo de vida no homem, porém freqüentemente se aloja nos pulmões, onde fica encapsulado.
Grande Freqüência da Dirofilariose no Brasil

Estima-se que, no Brasil, ao redor de 8% dos cachorros estejam infectados. (Guerrero et al., 1989)

Países com menor incidência têm programas muito mais agressivos de prevenção da doença, como é o caso dos Estados Unidos, onde a prevalência é de 2%.
Imagens retiradas da Internet

Morador de Rua Cuida de 11 Cães

Rogério é um morador de rua que vive numa carroça coberta com 10 cães, entre eles, alguns encontrados em condições extremas - espancados pelos antigos donos, jogados pela janela de um caminhão, doentes, abandonados e esfomeados, largados ao léu, amarrados em postes etc.

Vive de doações de ração, remédio e comida. Os cães são muito bem tratados, mas dependem do amor e do carinho que o Rogério tem por eles e da caridade daqueles que o conhecem e admiram.
Olhem a limpeza dos cobertores! Muitos donos de cães e gatos, com casa própria e condições financeiras, não têm o mesmo amor, respeito, e o cuidado com seus animais de estimação...
Ele fica próximo a pontos de ônibus na Avenida Georges Corbusier, após a Rua Jequitibás (região do Jabaquara, em São Paulo). Os cães não atrapalham ninguém, são muito educados e simpáticos, e todos eles - machos e fêmeas -, são castrados, e passam boa parte do dia dentro da carroça.

Ele é muito querido pelos comerciantes da região, mas o problema é durante a madrugada, onde bêbados ao volante e garotos usuários de droga da região tem sido um constante perigo. Rogério já foi espancado por jovens que chegaram a jogar álcool nele enquanto dormia com os cães dentro da carroça, por sorte não tiveram tempo de acender o fósforo, pois um dos cães latiu e o avisou do perigo.

Ele é um exemplo de como uma pessoa pode se doar. Alguém nas condições dele poderia ter escolhido outros caminhos, mas Rogério demonstrou coragem e decidiu perseverar. Além de ser uma pessoa de muito valor, faz caridade pra deixar muito bacana por aí no chinelo. Sua presença ilumina os lugares por onde passa, mas ele já está cansado e também não é mais tão jovem assim.

São muitas as agressões que ele e os cachorros vêm sofrendo, que vão desde o assalto ao espancamento, até atentados contra a vida; como esfaqueamento e atropelamento. Enfim, é muito sofrimento para alguém que luta tanto. Na região todos o conhecem e apreciam, tanto que na última vez que uma turma veio bater nele porque queriam roubar suas coisas, o dono de um bar próximo saiu para enfrentar os safados e começou a dar tiros, colocando todos em fuga. Mesmo assim, o Rogério passou dois dias no hospital por conta dos machucados recebidos e, se não fosse pela intervenção do dono do bar, os cachorros já seriam órfãos.

Assim, diante de tudo isso, peço que ajudem a divulgar esta história para que o Rogério possa conseguir uma oportunidade que lhe propicie melhores condições de moradia e de vida, em qualquer cidade, para que ele possa cuidar não somente dos seus, mas de outros tantos cães abandonados por esse Brasil e que precisam de muitos cuidados e de carinho. Já lhe ofereceram abrigo, mas desde que os cães ficassem para trás. O Rogério recusou, pois para ele, estes cães são como filhos; são sua família.

Outro dia ele estava levando todos os cães a um pet shop para tomarem banho - 11 cachorrinhos felizes – eram originalmente 10, mas agora apareceu mais um, um fox paulistinha que eu não conheci porque no momento que conversávamos estava no banho. Ele disse que havia passado remédio contra pulgas nos cachorros e que o tal remédio é meio melado, e então teve que dar banho em toda a tropa... Perguntei quanto ele iria gastar para dar banho em todos os cachorros e ele, sorrindo como sempre, disse que a moça do pet shop o ajudava e não cobrava nada. Santa alma! Aí eu perguntei a ele – e você? Onde toma banho? Ele me respondeu que tomava banho no posto de gasolina da esquina, banho frio, gelado mesmo. Disse que como era nordestino, estava acostumado.

Às vezes faltam palavras que possam definir a grandeza de uma alma como esta, que mesmo não tendo quase nada para si, dá o pouco que tem para minorar o sofrimento desses pobres animais de rua. Muito mais importante dos que a aparência, a riqueza e o poder ostentado pelas pessoas, são suas atitudes e seus valores éticos e espirituais.

Cada dia que passa, aprendo a admirar cada vez mais o ser humano que ele é.

Oração de Um Cão Abandonado

Deus....

Sei que sou um ser criado por ti, para ser amado pelos homens mas nasci sem a sorte de alguns de minha espécie.

Hoje meu dono levou-me a um passeio de carro. Chegamos em uma praça, ele tirou minha coleira, me fez descer do carro, e virando-me as costas, foi embora e nem se despediu.

Tentei segui-lo mas o carro corria muito e não pude alcançá-lo. Caí exausto no asfalto. Ainda não entendi. Por que ele me abandonou?

Eu sempre o recebi abanando o rabo, fazia festa e lambia seus pés. Sempre lati forte, para defendê-lo e afastar os estranhos da porta.

Eu brincava com as crianças... ah! elas me adoravam. Que saudades. Será que elas ainda se lembram de mim?

Deus, eu fico imaginando como seria bom se eu pudesse comer agora. Puxa, estou faminto.

Não tenho água para beber, e estou tão cansado.

Procuro um cantinho onde possa me abrigar da chuva, mas muitas vezes sou chutado. As pessoas não gostam muito de mim aqui nas ruas.

Estou fraco, não consigo andar muito, mas encontrei enfim um lugar para passar essa noite.

Está muito frio e o chão está molhado. Já não tenho pêlo para me aquecer, estou doente, e creio que ainda hoje vou me encontrar contigo. Aí no céu meu sofrimento vai terminar.

Peço-vos então, pelos outros, por todos os cãezinhos e animais abandonados nas ruas, nos parques, nas praças.

Mande-lhes pessoas que deles tenham compaixão, pois sozinhos, viverão poucos meses, serão atropelados, sofrerão maltratos dos impiedosos. Proteja-os.

Amenize-lhes esse frio, com o calor das pessoas abençoadas.

Diminua-lhes a fome, tal qual a que sinto, com o alimento do amor que me foi negado.

Sacie-lhes a sede com a água pura dos Seus ensinamentos.

Elimine a dor das doenças, dos maltratados, estirpando a ignorância do homem.

Tire o sofrimento dos que estão sendo sacrificados em atos apregoados como religiosos, científicos, tirando das mãos humanas a sede pelo sangue.

Abrande a tristeza dos que, como eu, foram abandonados, pois, dentre todos os sofrimentos, esse foi o maior e mais duro de suportar.

Receba, DEUS, nesta noite gelada, a minha alma, e minha oração pelos que aqui ficam. É por eles que vos peço, pois não são humanos, mas são Seus filhos, e são leais e inocentes, e foram criados por Suas mãos e merecem o Seu abrigo.

Amém.

Autor Desconhecido

Sarna Negra ou Demodécica em Cães

Também chamada de demodicose ou sarna negra, é causada por um ácaro do gênero Demodex, componente natural da flora da pele de cães. É transmitida por contato direto das mamas da mãe infectada com os focinhos dos filhotes durante a amamentação dos primeiros dias de vida. Alguns porquês ainda não são conhecidos, como o fato de apenas alguns filhotes desenvolverem a doença. Não é transmitida pelo contato entre cães adultos e nem aos seres humanos.

O Demodex apresenta várias espécies, sendo que cada uma delas apresenta afinidade para um determinado animal. O Demodex canis com afinidade aos canídeos, D. cati aos felídeos, D criteri aos Hamsters, o D cuniculi aos coelhos e lebres.

O Demodex, que normalmente convive em paz com o animal sem causar nenhuma alteração na sua saúde, pode tornar-se um agente extremamente nocivo a qualquer momento. Para que isso ocorra é necessário que haja uma baixa de resistência do organismo, só assim o parasita torna-se ativo. O ácaro, que vive na profundeza da pele nos folículos pilosos e glândulas sebáceas, passa a se reproduzir de forma extraordinária e espalhar-se pelo organismo podendo ser encontrando nos linfonodos, gânglios linfáticos, baço, parede intestinal, glândula mamária, bexiga, fígado, pulmão.

Um animal pode contrair a sarna demodécica através do leite materno, nos primeiros dias de vida, se a fêmea que estiver contaminada pelo ácaro. Um cão afetado pela sarna demodécica não transmite a doença para outro cão através do contato. Esse tipo de transmissão ocorre apenas no caso da sarna sarcóptica (sarna comum).

O diagnóstico da sarna demodécica é feito através da observação dos sinais clínicos (lesões na pele, prurido etc.) e exame laboratorial (raspado de pele) para detectar a presença do parasita.

Tipos de Sintomas

Forma Localizada:
Caracteriza-se por uma ou mais áreas de queda de pelo, circunscritas, pequenas, avermelhadas e escamosas. Observamos com frequência na região da face, focinho e extremidade dos membros principalmente nas patas. É de fácil tratamento sendo que, na maioria dos casos, somente o tratamento externo, com formulações de loções ou pomadas, promove uma rápida cura.

Forma Generalizada:
Na maioria dos casos é evidenciada nos animais jovens havendo uma predisposição hereditária. É, sem dúvida, a mais grave e de difícil cura. A característica marcante dos sintomas é a grande inflamação que atinge várias zonas do corpo principalmente a região da cabeça, peito, sobretudo ao redor dos olhos. O animal passa a ter um aspecto deformado, envelhecido, tomando a pele a aparência de pele de elefante. O prurido (coceira) torna-se mais intenso e o coçar contínuo irrita a pele tornando-a uma porta aberta à entrada de infecções secundárias por bactérias e fungos.

O aumento da atividade bacteriana e secreção sebácea predispõe à formação de nódulos purulentos "bolhas de pus". O animal perde o apetite, exala um odor repugnante e se não for socorrido morre em pouco tempo.

Para obtermos sucesso no tratamento, deveremos considerar os fatores predisponentes ao aparecimento da doença, como por exemplo: o estado de nutrição nas fêmeas, o ciclo hormonal, gestação, amamentação, o stress, as verminoses, uso de medicamentos com ação no sistema imunológico (corticóides) e enfermidades debilitantes.

Tratamento Externo:
Para que haja maior contato do medicamento com a pele, é necessário tosquiar inteiramente o animal. Produtos emolientes que facilitam a remoção das crostas são aplicados na forma de loções ou xampus. A aplicação de parasiticidas diluídos em água, duas vezes por semana, proporciona uma ação sarnicida muito eficaz. Nos casos de infecções secundárias, os medicamentos mais utilizados são produtos à base de Cloretidina, Benzoato de benzila, Cetoconazol etc.

A formulação dos produtos ou utilização de medicamentos existentes no mercado são opções de escolha do médico veterinário.

Tratamento Sistêmico:
Combatemos as infecções secundárias com o uso de antibióticos escolhidos através de testes de sensibilidade (Cultura e Antibiograma) e administrados por longo período. O exame parasitológico das fezes indicará a necessidade de vermifugação. O animal deverá ter uma dieta alimentar rica em proteínas, vitaminas e sais minerais sendo necessário uma suplementação adicional.

O tratamento imunológico é, sem dúvida alguma, o mais importante! O objetivo deste tratamento é estimular as defesas naturais do organismo, de uma maneira segura, eficaz e sem nenhum efeito secundário. As vacinas utilizadas são compostas por células inativas de bactérias do gênero: Propionibacterium, Escheriquia e Corynobacterium. Em geral são feitas aplicações por via intra-muscular com intervalo semanal durante alguns meses de tratamento. Como a quantia de vacina injetada é muito pequena, utilizamos seringa do tipo insulina, que pode ser facilmente aplicada pelo proprietário do animal.

Dispomos também de medicamentos como a Inosina, que favorecem a recuperação do código genético inibindo a replicação de bactérias e fungos. Medicamentos cuja formulação contenham selenito de sódio, aminoácidos e vitaminas do complexo B contribuem de forma expressiva para a melhora do estado geral do paciente.

Em suma, pela breve descrição da complexidade da Demodecicose, podemos concluir que é de fundamental importância a orientação do médico veterinário para alcançarmos a cura desta terrível doença.

Sarna de Ouvido: Como Detectar e Tratar

É muito comum cães e gatos apresentarem sarna nos ouvidos. Muitos proprietários notam que seus animais estão se coçando mais que o normal na região da cabeça, mas associam esse fato à infestação por pulgas.

O proprietário, ao limpar os ouvidos de seu animal, vai notar a presença de uma grande quantidade de cera nos ouvidos, de cor castanha bem escura, quase preta. O cerúmen em excesso é causado por uma reação do conduto auditivo em decorrência da presença de inúmeros ácaros (sarna).

A coceira é um sinal característico da sarna. O animal coça muito as orelhas, geme e pode chacoalhar a cabeça insistentemente. Esse tipo de sarna fica restrito ao conduto auditivo, não aparecem lesões no resto do corpo animal e as pessoas que convivem com ele não correm risco de se infestarem. A sarna otodécica é exclusiva dos animais.

O excesso de cera nos ouvidos e o traumatismo causado pelo ato de se coçar violentamente com as patas traseiras fazem com que o cão ou gato desenvolvam inflamação nos ouvidos (otite), o que causa dor e agrava o desconforto.

A sarna otodécica é contagiosa entre os animais. Quando há mais de um cão ou gato na casa, mesmo que apenas um apresente os sinais clínicos, todos devem ser tratados. O tratamento consiste em aplicar medicamentos parasiticidas no conduto do animal, diariamente, por um período de tempo prolongado, a critério do veterinário. O ácaro, embora não cause lesões fora do conduto auditivo, pode estar presente na pelagem do animal. Assim, além do tratamento nos ouvidos, banhos parasiticidas são aconselhados, além da desinfecção de mantas e caminhas onde o animal costuma se deitar.

Mesmo após a cura, notada através da interrupção da coceira e desaparecimento da cera, o animal pode se reinfestar se estiver em contato com outros cães ou ambiente contaminados.

O ouvido sadio não apresenta cerúmen (cera), odor desagradável ou coceira. Em qualquer um desses casos, leve seu amigão ao veterinário.

Otodectes cynotis - Causador da Sarna Otodécica ou Sarna de Ouvido em Gatos e Cães

A sarna de ouvido nos gatos, causada pelo Otodectes cynotis, é bastante comum. Esse ácaro não cava túneis como o Sarcoptes. Ele fica na superfície da pele do condutos auditivo. O seu ciclo é composto pelas fases de ovo, larva, duas fases de ninfa e o adulto (macho ou fêmea). A sarna de ouvido causa coceira intensa, balanço de cabeça e arranhões nas orelhas pela coceira. A confirmação do diagnóstico do tipo de sarna é feita pelo Médico Veterinário.

Ovos

A fêmea deposita os ovos com um tipo de cimento que faz com que o ovo fique aderido à pele. As larvas eclodem dos ovos após 4 dias de incubação. A larva alimenta-se por cerca de 3 a 10 para depois passarem para o estágio de Ninfa.


Larvas e Ninfas: Otodectes cynotis - Causador da Sarna Otodécica ou Sarna de Ouvido em Gatos e Cães

A Ninfa passará por dois estágios antes de se transformar no ácaro adulto (macho ou fêmea).



Adultos: Otodectes cynotis - Causador da Sarna Otodécica ou Sarna de Ouvido em Gatos e Cães

Os adultos podem viver até dois meses. Alimentam-se de fragmentos de pele. O ciclo completo dura três semanas.

Veja também o ciclo do Sarcoptes Scabiei, ácaro causador da Sarna Sarcóptica em cães e gatos.

Curiosidades

Otodectes cynotis - Causador da Sarna Otodécica ou Sarna de Ouvido em Gatos e Cães

* A sarna de ouvido pode ocorrer em todas as raças de cães e gatos, em todas as idades.

* Os ácaros adultos são grandes e brancos.

Sarcoptes scabiei - Causador da Sarna Sarcóptica ou Escabiose em Cães e Gatos

* O Sarcoptes scabiei não sobrevive fora de seu hospedeiro por mais de 24 horas.

* Esse ácaro possui "ventosas" nas patas, pelas quais se adere à pele do hospedeiro.

A Sarna Sarcóptica geralmente inicia-se pela cabeça, mas rapidamente se espalha pelo corpo.

Riscos

Otodectes cynotis - Causador da Sarna Otodécica ou Sarna de Ouvido em Gatos e Cães

A presença do ácaro causa irritação nas orelhas. Pode ocasionar infecção bacteriana secundária.

* Em casos de grandes infestações em animais não tratados pode ocorrer até a surdez.

Sarcoptes scabiei - Causador da Sarna Sarcóptica ou Escabiose em Cães e Gatos

* A Sarna Sarcóptica causa coceira intensa.

* Altamente contagiosa, pode acometer os humanos.

* Causa intensa irritação e estresse.

Oportunidade para surgimento de infecção bacteriana.

Atitudes

Em caso de suspeita de sarna o animal de estimação deve ser encaminhado ao Médico Veterinário.

Sarna Otodécica ou Sarna de Ouvido

* Recomenda-se usar luvas para manipular o animal, não pelo ácaro em si, mas pela possibilidade de infecções bacterianas e micóticas associadas, que poderiam ser transmitidas aos dedos/mãos de quem faz a higiene do conduto auditivo.

Sarna Sarcóptica ou Escabiose em Gatos e Cães

* É contagiosa entre os animais e os seres humanos. Convém isolar o animal contaminado até que sua saúde se restabeleça após o tratamento acompanhado pelo Veterinário.

* Os pontos do corpo humano onde a Sarna Sarcóptica ocorre com mais freqüência são nos antebraços, no abdômen e no pescoço (devido contato). As lesões são parecidas com picadas por pernilongo com intensa coceira. Se isto ocorrer, um Médico Dermatologista (humano) deve ser consultado.

* Recomenda-se utilizar luvas para manipular o animal contaminado.

* As pessoas que tiverem contato com o amigo de estimação com sarna, sem o uso de luvas, devem lavar bem as mãos com água e sabão. Orientar o mesmo para as crianças que brinquem com o animal de estimação.

* Recomenda-se lavar os tapetes, panos e roupas utilizados por esses animais.

A Bayer possui o produto Advocate® Gatos, que tem indicação para Sarnas Otodécica e Sarcóptica em Gatos.

O diagnóstico é das Sarnas é feito através de um exame de pele simples chamado "raspado de pele", realizado pelo Médico Veterinário, que avaliará e orientará o tratamento adequado para o animal de estimação.

Pulgas em Cães e Gatos: Perigo e Incômodo!

As pulgas causam coceira, alergia, feridas e até queda de pêlos.

Se você encontrar pulgas sobre seu amigo ou notar aqueles famosos "pontinhos pretos", que são as fezes do inseto adulto na pele e nos pêlos do animal, o ideal é buscar o quanto antes o tratamento mais adequado, conforme orientação do Médico Veterinário.

Conheça o ciclo de vida da pulga, algumas curiosidades, os riscos para a saúde da relação entre você e seu amigo, as atitudes que podemos tomar e alguns mitos.

Ciclo:

O ciclo de vida deste parasita possui quatro fases: ovo, larva, pupa e adulta. A fase que nós vemos sobre o animal é apenas a adulta, que representa 5% de toda a infestação. Os 95% restantes estão no ambiente.

Ovos:

A fêmea pode depositar de 400 até 2 mil ovos em sua vida adulta.

Os ovos não são visualizados facilmente a olho nu; possuem casca lisa e não são adesivos, portanto, mesmo que a pulga os deposite sobre o animal, eles acabarão caindo no chão. Só vão permanecer naqueles animais que tiverem a pelagem muito espessa.

São resistentes a produtos de limpeza e às adversidades do ambiente.

Dependendo do clima, essa fase dura de 2 até 12 dias.

Larvas:

Com formato de vermes, ficam em lugares com o mínimo de luminosidade, como frestas de tacos, fibras de tapetes e carpetes e nos rejuntes de piso frio.
São sensíveis a vibrações, por isso quando vamos limpar a casa, varrer ou passar aspirador, elas se enrolam, o que acaba dificultando a sua retirada.

Escurecem após se alimentarem de matéria orgânica presente no ambiente. Nos últimos dias como larvas, param de se alimentar. Então tecem uma seda adesiva ao redor de si mesmas, que aderirá partículas do ambiente, formando assim a pupa. A fase de larva dura de 9 até 20 dias.

Pupa:



A pupa é semelhante a um casulo, sendo muito resistente às condições externas e aos produtos de limpeza. Dependendo do clima, esse estágio pode durar de 7 até 365 dias.




Adulta:


A pulga adulta sai da pupa mediante um estímulo externo, como calor, umidade, vibrações e gás carbônico, para então procurar um hospedeiro.

As adultas são hematófagos (alimentam-se de sangue) e podem viver até 113 dias.



Curiosidades:

Origem:

Voltando aos primórdios, verificamos que a pulga está em nosso planeta há muito tempo. Estudos indicam o aparecimento dos ancestrais da pulga na Era Paleozóica, cerca de 280-225 milhões de anos a.C. Existe comprovação de ancestrais mais parecidos com as pulgas de hoje datando da Era Cenozóica (65-50 milhões de anos a.C.).

A espécie mais comum no Brasil é a Ctenocephalides felis felis, que foi introduzida no continente americano possivelmente no século XVI com a vinda dos colonizadores europeus e seus animais.

Espécies:

Você sabia que existem em torno de 2.500 espécies diferentes de pulgas?

Conheça algumas delas:

Ctenocephalides felis felis - Parasita os cães, os gatos, o homem em algumas situações.
Ctenocephalides canis - Parasita os cães, os gatos e o homem em algumas situações.
Pulex irritans - Parasita preferencialmente os homens, mas também cães e gatos.
Xenopsylla cheopis - Pulga dos roedores; pode também picar o homem, sendo a principal vetora da peste bubônica.
Tunga penetrans - Popularmente conhecida como "bicho-do-pé", acomete os mamíferos penetrando na sua pele.

Observações:
  • A pulga é um parasita muito voraz. 72 pulgas adultas podem consumir 1ml do sangue do animal por dia.
  • A pulga é uma ótima saltadora. Ela pode saltar mais de trezentas vezes a altura do seu próprio corpo. Se nós pudéssemos fazer isso, seria o equivalente a pularmos a altura do Pão de Açúcar!
  • As pulgas adultas, após saírem das pupas, procuram ficar nas pontas dos tapetes, dos móveis ou em cima de qualquer objeto para facilmente localizar o seu hospedeiro.
Riscos:
  • A pulga é o hospedeiro intermediário do Dipylidium caninum, que causa uma doença grave no animal e no homem causa a Zoonose Dipilidiose
  • A picada da pulga causa irritação na pele dos animais ou DAPP (Dermatite Alérgica à Picada de Pulgas), além de anemia, irritação e estresse.
Atitudes:

Para os Animais:

Procure um Médico Veterinário para orientá-lo adequadamente.

Para o Ambiente:

Procure um Médico Veterinário para orientá-lo adequadamente.

Mitos:

"O meu animal não tem pulgas porque ele vive dentro de casa, que é muito limpa." - As pulgas sobrevivem em qualquer ambiente, seja interno ou externo. Muitas vezes, as áreas internas das residências acabam oferecendo até mais condições propícias para a proliferação e o esconderijo das pulgas, sendo que suas formas jovens são muito resistentes a produtos de limpeza.

"Percebi que meu animal está cheio de "ovos" pretos na pele e nos pêlos." - O ovo da pulga não é perceptível visualmente, pois é minúsculo, além de sua coloração ser perolada e não preta. Aqueles pontinhos pretos que vemos na pele do animal são as fezes da pulga adulta, principal alimento das larvas.

"O meu animal de estimação não pode ter pulgas porque, se tivesse, estariam subindo nas pessoas que vivem na residência." - A pulga do cão só subirá em humanos em último caso. Elas têm preferência por cães e gatos. O fato delas não subirem em nós, não quer dizer que não estejam em nossas residências.

"A minha casa é toda de piso frio, não tem pulgas." - A pulga sobrevive e se prolifera em qualquer tipo de superfície.

"O meu animal de estimação não pode ter pulgas porque eu as veria." - Nem sempre o parasita fica o tempo todo no mesmo ponto do corpo do animal. Poderemos notar a coceira e visualizar as fezes. Se o animal estiver se coçando muito, o ideal é levá-lo ao Médico Veterinário de nossa confiança.

Coprofagia Canina


Seu cão come as próprias fezes?
Alguns proprietários ficam horrorizados ao descobrirem que seus animais comem as próprias fezes ou a de outros animais. Realmente, para nós humanos esse não é lá um hábito muito bom de se apreciar, mas no reino animal não há qualquer preconceito. Fezes, para os cães, representam apenas alimento processado e se elas tiverem odor interessante e atrativo, não há por que rejeitar...
Claro que não é todo cão que come fezes, a maioria deles nunca apresentará esse tipo de comportamento, mas é importante entender o por quê de muitos animais agirem assim.
As fezes de outras espécies podem parecer extremamente apetitosas para os cães. Um exemplo disso são os cães saudáveis que adoram ingerir as fezes de gatos. É fácil entender a causa. Os felinos têm uma necessidade de proteína muito maior do que os cães. Por isso, as rações para gatos possuem altos teores proteicos. As fezes dos gatos, portanto, exalam odor de proteína que é altamente atrativa para os cachorros. Cocô de gato, pode ser uma 'iguaria' para muitos cães... E pode fazer mal para eles? Normalmente não, porém os cães podem adquirir vermes se o gato estiver infestado ou com toxoplasmose.
Da mesma forma, quando o cão não consegue digerir bem aquilo que come ou sua dieta possui teores muito altos de proteína, além do necessário ou de sua capacidade de digestão, as fezes apresentarão odor proteico. E isso será um grande estímulo para o cão comê-las. É necessário distinguir se faltam enzimas digestivas ou se a dieta está exagerada em proteínas. Uma forma de descobrir a causa é mudar a ração do animal para outra com menores teores proteicos. Claro que essa mudança só poderá ser prescrita pelo veterinário que atende o cão. Outra alternativa é adicionar enzimas que ajudem na digestão, presentes, por exemplo, no mamão.
Em animais mais jovens, a coprofagia pode estar ligada a problemas comportamentais. Um exemplo disso são os cães duramente repreendidos quando fazem suas necessidades fora do lugar. Para não apanhar, eles ingerem as fezes para esconder a prova do crime. Isso não quer dizer que você não deva repreender seu cãozinho quando ele fizer cocô no lugar errado, mas não exagere na bronca. Há filhotes que comem fezes por simples imitação, quando convivem com outros cãezinhos que têm esse hábito.
Quando a causa da coprofagia é comportamental, existem produtos que podem ser administrados ao animal que fazem com que as fezes se tornem repugnantes para ele. Há aqueles que adicionam pimenta ou outros condimentos às fezes do cão, para que ele seja desestimulado a comê-las. Esse último recurso tem pouca valia.
Antes de tentar instituir qualquer terapia, consulte o veterinário para tentar, junto com ele, determinar a causa exata e instituir o tratamento mais adequado. Não administre nenhum tipo de medicamento em seu cão antes de consultar um veterinário.

Doença do Carrapato

Bom, acho que todos que tem cães em casa já ouviu falar da Doença do Carrapato, ou também chamada de Erliquiose canina.


Mas afinal, o que é a Erliquiose canina?

A Erliquiose é uma grave doença infecciosa que acomete animais da família canidae que são lobos, cães e chacais. Atualmente, é denominada erlichiose monocítica canina (EMC).

Essa doença é causada principalmente pela bactéria Erlichia canis, tem como vetor (transmissor) o carrapato Rhipicephalus sanguineus, chamado comumente de carrapato vermelho ou carrapato marrom do cão. A transmissão também pode acontecer durante transfusões sanguíneas ou através de agulhas ou instrumentais cirúrgicos contaminados. O mesmo carrapato transmissor da erliquiose é responsável pela transmissão da Babesiose, outra doença infecciosa que pode ocorrer juntamente junto com a erliquiose, agravando ainda mais o quadro do cão contaminado.

Como o cão se contamina?
Ao picar um cão contaminado, o carrapato transmite a doença para outro cão sadio que venha a picar também. O sangue do primeiro cão contaminado é inoculado no cão sadio através do carrapato Rhipicephalus sanguineus.

Quais os sinais e sintomas apresentados pelo cão contaminado pela Erlichia canis?

A fase inicial da infecção ou fase aguda, geralmente traz um quadro de febre, que pode variar entre 39,5 ºC e 41,5 ºC. Em geral, o animal apresenta ainda perda de apetite, com conseqüente perda de peso. Pode apresentar ainda fraqueza muscular. Alguns cães, que apresentam quadro mais grave na fase aguda, podem apresentar secreção nasal, param totalmente de se alimentar, apatia, depressão, sangramento nasal, urina com sangue (hematúria), sangramento digestivo, náuseas, vômitos, inchaço nas patas, dificuldade para respirar. A fase aguda pode durar cerca de 4 semanas e, se não for muito intensa ou se o animal permanece por longos períodos sozinho, pode passar desapercebida pelo proprietário.

Alguns animais apresentam a doença numa forma subclínica, isto é, sem sinais e sintomas aparentes. Os proprietários mais atenciosos podem perceber palidez de mucosas, perda de apetite e/ou inchaço nos membros. Quando avaliado pelo veterinário, geralmente é detectada anemia, sinal de algum sangramento que não foi notado.

Em alguns cães a infecção pode ser persistente e, quando o sistema imunológico do animal não for capaz de combater e eliminar a bactéria, este apresentará a fase crônica da doença. Nestes, a doença adquire características de doença auto-imune, comprometendo todo o sistema imunológico, reduzindo as defesas para outras infecções. Além da anemia, fraqueza, o animal pode ser acometido por infecções secundárias, oportunistas, causando pneumonia, diarréia, lesões na pele, etc…Ao exame de sangue, percebe-se uma queda de plaquetas, que são responsáveis pela coagulação sanguínea, o que causará sangramentos crônicos (sangramento nasal, no aparelho digestivo, etc). Dessa forma, o animal ficará fraco, apático, sentindo-se sempre cansado, devido à anemia.

A seta mostra a Erlichia (bactéria) dentro de um leucócito (célula de defesa do organismo).

Como é feito o diagnóstico da erliquiose?

Os sintomas apresentados pelo cão no início da doença (fase aguda) não são específicos e podem levar a diversas suspeitas diagnósticas, dificultando a detecção da doença. Outros fatores, se observados podem ajudar no diagnóstico como, por exemplo a presença do carrapato no animal ou no ambiente e a ocorrência da enfermidade em outros cães da região.

O diagnóstico pode ser feito através do exame de sangue (Hematócrito). Após colhido o sangue pelo veterinário, será encaminhado para laboratório e, através de esfregaço ou testes sorológicos, pode ser detectada a doença.

A erliquiose tem cura?

Sim, tem cura se tratada adequadamente. As chances de cura são maiores quando o tratamento é iniciado precocemente. Quando tratada no início da doença, após cerca de 48 horas após o início do tratamento já pode ser observada melhora no estado geral do animal.

Como é tratada a erliquiose?

A doença é tratada com o uso do antibiótico “DOXICICLINA” , em qualquer fase da doença.

O combate ao carrapato transmissor da doença é muito importante para o tratamento, evitando o risco de re-infecção e de transmissão a outros animais sadios. Para tal, devem ser utilizados carrapaticidas no ambiente e também no animal. A coleira anti carrapato deve ser usada pelo cão, bem como produtos em banho medicinal e de aplicação na pele.

Os humanos pode pegar erliquiose?

Não há relatos de casos de erliquiose canina em humanos, entretanto, outros tipos de bactéria erlichia, que não a canis, podem transmitir outro tipo de erliquiose para humanos, também através de carrapatos.

Prevenção:

É feita pela higienização do animal e do ambiente. A presença do carrapato pode ser evitada através do tratamento do ambiente com carrapaticidas.

Então, cuide sempre do seu grande amigo e combata essa grave doença !

Medicação sem prescrição, diga NÃO!

Não me de remedios sem consultar o veterinario...


Entende-se por medicamento, qualquer droga (remédio) de uso oral (comprimido, líquido ou cápsulas), injetável ou tópico (pomadas, xampus, cremes, sprays). A ato de prescrever um medicamento, não consiste apenas em escrever uma receita com nome e dose do medicamento. Para que determinada droga seja prescrita é preciso ter conhecimento sobre anatomia, fisiologia, farmacologia e patologia clínica, visto que uma droga necessita de N fatores pra ter sua ação esperada no organismo. No caso da medicina veterinária isso se torna ainda mais importante, pois lida-se com espécies diferentes, diversas raças, tamanhos e idades de cães e gatos.

Muitas vezes, na angústia de ver seu animal de companhia com comportamento alterado ou apresentando algum sinal clínico específico, o proprietário ou responsável por ele acaba recorrendo a medicamentos “comuns” em casa, na tentativa de ajudar seu cão ou gato de estimação. Mas infelizmente essa atitude envolta em boa intenção, acaba na maioria das vezes somente prejudicando o quadro do animal. Isso porque na medicina veterinária, os medicamentos são prescritos de acordo com o peso exato do animal, idade, espécie (cão ou gato), condição do animal, e algumas vezes até de acordo com a raça. Além disso, algumas medicações, entre elas as humanas, extremamente comuns em quase todos os lares, são contra-indicadas para cães e gatos. Ou quando se tem indicação, a dose seguida é individual, e não pode levar por base nem ao menos doses pediátricas humanas.

Já com relação a medicamentos de uso veterinário, usados sem indicação do Médico Veterinário após exame completo do animal, também podem gerar graves consequências. Algumas raças de cães por exemplo são sensíveis a uma determinada medicação veterinária usada comumente no tratamento de sarnas, nestas raças esta medicação pode levar o animal a problemas neurológicos graves. Alguns xampus antipulgas para cães não podem ser usados em gatos, pois são tóxicos. Antibióticos e analgésicos de uso veterinário possuem doses individuais de acordo com o peso exato no animal. Sendo que as doses de bula e frequência de uso, muitas vezes pode variar de acordo com a condição clínica do paciente.

Animais jovens, idosos, fêmeas grávidas ou em lactação possuem várias restrições relacionadas a medicações. Algumas medicações usadas em fêmeas prenhes, podem levar a formação de fetos com problemas físicos. Outras medicações passam através do leite e podem afetar uma ninhada inteira no caso de fêmeas lactantes. Idosos e jovens possuem metabolismo diferente que os adultos, precisando de intervalos maiores ou menores de administração do medicamento.

Ou seja, se seu animal estiver apresentando qualquer alteração de comportamento ou sinal clínico (vômito, diarréia, dor, dificuldade de locomoção, problemas dermatológicos etc.) procure o Médico Veterinário. Pois algumas vezes o problema que era “simples” pode se tornar muito complicado devido a medicação sem prescrição. Portanto medicamentos que foram usados em outras situações (mesmo que prescritos pelo Veterinário), medicamentos pediátricos de uso humano, “conselhos” de parentes, balconistas de pet-shops ou casas agropecuárias, balconista de farmácia ou qualquer pessoa que não seja um profissional Médico Veterinário capacitado para prescrever um medicamento para seu animal de estimação, não devem ser seguidos!

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Maricy Alexandrino
Médica Veterinária
www.clinipet.com
Fone: (44) 3225-7209
Maringá - Paraná

O Valor de uma Consulta Veterinária

Apesar do título, este informativo não visa falar sobre valores monetários, mas sim sobre o valor real e a importância de uma consulta veterinária, para você e seu animal de estimação.

O médico veterinário, é o profissional apto a lidar com todas as áreas relativas a saúde e bem estar de um animal de estimação, e de algumas áreas da saúde humana, como por exemplo as zoonoses (doenças transmitidas do animal ao ser humano).

Ao "contratar" (contrato verbal, a partir do momento que se inicia uma consulta) os serviços de um veterinário de pequenos animais, você tem a oportunidade de elucidar diversas dúvidas relacionadas a saúde, bem estar, comportamento e nutrição relacionados a seu animal de estimação, bem como dúvidas relacionadas às doenças que seu animal pode lhe transmitir e como evitá-las, como lidar com um cão/gato, como preparar o ambiente da sua casa para eles, como escolher um animal.

Mas para que o veterinário possa lhe ajudar, é necessário que você "esteje preparado" para a consulta. Quanto mais informações você levar ao veterinário, melhor ele poderá te ajudar, visto que ele trabalha basicamente com informações passadas verbalmente pelo proprietário do animal, e com sinais visíveis no paciente no momento da consulta. Informações básicas, mas de grande utilidade para o veterinário, incluem: idade do animal, tipo e frequência de alimentação, data da última vacinação, frequência e quantidade diária de urina, consumo de água, presença ou ausência de vômito, diarréia, tosse, coceiras, data de início dos sinais clínicos, tratamentos já realizados (com os nomes das medicações) entre outros detalhes mais específicos de acordo com o problema, que somente quem convive diariamente com o cão ou o gato poderá informar.

Preparar algumas anotações num papel, é uma ótima forma de não se esquecer de perguntar ou comentar algo com o veterinário durante a consulta.

A consulta veterinária incial, dura em média de 30-60 minutos, e o tempo deve ser aproveitado da melhor maneira possível, para que o proprietário não vá com dúvidas para casa. Caso o veterinário lhe explique algo que tenha ficado um pouco confuso, principalmente sobre o problema que o animal apresenta e o tratamento prescrito, não exite em fazer perguntas. Neste caso é melhor pecar pelo excesso, do que cometer algum engano que pode se tornar prejudicial ao animal. Mas uma dica, não vá a uma consulta veterinária com pressa, ou com pouco tempo disponível, pois algumas consultas podem ser demoradas (as dermatológicas por exemplo) ou talvez seja preciso coletar amostras para exames. E como diz o antigo ditado, a pressa é inimiga da perfeição.

Um tipo de consulta que ainda é pouco procurada nas clínicas, é a consulta comportamental e a consulta em busca de informações antes de adiquirir um animal de estimação. O Médico Veterinário, deve ser consultado pra orientar sobre qual raça de cão ou gato se adaptaria melhor a você e a sua rotina. Através de informações fornecidas pelo interessado em adiquirir o animal, tais como espécie, porte, tipo de pelagem, temperamento, nível de atividade física, gastos mensais, espaço disponível... o veterinário poderá lhe dar algumas opções. Escolhas erradas, podem gerar muitos transtornos ao animal e ao seu dono. Como por exemplo, aquisição de um cão da raça Labrador, por alguém, que mora em apartamento e não dispõe de muito tempo para o animal, ambos terão problemas.

Já as consultas comportamentais, visam tentar corrigir ou amenizar disturbios apresentados pelo animal, que podem ser unicamente de origem comportamental, ou podem ser secundários a problemas orgânicos. Como por exemplo um animal que se torna agressivo de uma hora pra outra. A causa do problema pode ser somente comportamental como dominância, ciumes bem como pode ser secundário a algum problema orgânico como dores ou desconforto.

Orientações comportamentais, também devem ser buscadas em problemas rotineiros que incomodam quem convive com o animal, tais como: latidos em excesso, eliminação de fezes e urina em locais inapropriados, brigas com outros animais, destruição de objetos, agressividade etc.

Conhecendo o real valor de uma consulta veterinária e sabendo aproveita-lá, o valor financeiro acaba sendo o menor deles.

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Maricy Alexandrino
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Erliquiose Canina

A erliquiose é uma doença grave que acomete os cães e é transmitida pela picada carrapato vermelho. Antes de falar sobre a doença, vamos conhecer um pouco mais sobre o transmissor da erliquiose:

O carrapato que transmite tal doença recebe o nome de Riphicephalus sanguineus ou carrapato vermelho do cão. Eles possuem hábito nidícola vivendo em ninhos, toca ou abrigo de seus hospedeiros. Gostam de lugares quentes e escuros.

Um fêmea adulta pode ovipor em média 4.000 ovos que eclodem em 2 a 7 semanas, liberando as larvas que irão se alimentar por 3 a 12 dias, estas lavas alimentadas caem do hospedeiro e permanecem fora por 6 a 90 dias quando se transformam em ninfa. As ninfas também se alimentam por um curto período 3-10 dias, após alimentadas voltam ao ambiente para se tornar adulto. Geralmente para completar seu ciclo necessitam de 3 hospedeiros, para larva, ninfa e adulto, mas o carrapato pode completar seu ciclo de vida com apenas um animal como hospedeiro se desprendendo do animai ao final de cada repasto sanguíneo (alimentação). Parasitam principalmente a cabeça, pescoço, doros orelhas e entre os dedos. São muito comuns em áreas urbanas.

Se o complicado ciclo de vida for interrompido o carrapto pode sobreviver por longos períodos ou hibernar no inverno, podendo sobreviver dentro de casa devido suas baixas necessidades de umidade. Além da erliquiose este parasita também transmite aos cães a Babesiose e a Hepatozoonose.

O R. sanguineus (carrapato vermelho) transmite a Erliquiose para os cães, pela saliva enquanto se alimenta com o sangue do animal. A doença tem um período de incubação de 1-3 semanas.

A Erlichia spp. é um microrganismo (riquétsia) intracelular obrigatório e existe várias espécies de Erlichia, sendo a Erlichia canis a que mais comumente afeta os cães.

O microorganismo não é transmitido via transovariana no carrapato, portanto somente um carrapato alimentando-se em um cão doente é capaz de tornar-se infectado e perpetuar a doença. A doença também pode ser transmitida aos cães por tranfusões sanguineas.

A erliquiose consiste em 3 fases principais:

- aguda: inicia-se de 1 a 3 semanas após infecção. Durante este período o microrganismo se multiplica dentro de determinadas células e em alguns órgãos como fígado, baço e linfonodos, levando a aumento destes tecidos. As células infectadas são transportadas via sangue para outros órgãos especialmente pulmões, rins e meniges induzindo a vasculite e infecção tecidual subendotelial. Ocorre também consumo, sequestro e destruição de plaquetas. Esta fase pode durar em média 2-4 semanas, seo o animal conseguir eliminar o microrganismo;

- sublclínica: ocorre de 6 a 9 semanas após a inoculação. O cão se torna portador do microorganismo, porém sem manifestar sinais de doença. Esta fase pode durar até 5 anos após infecção, podendo evoluir para fase crônica;

- crônica: nesta fase é onde muitas alterações clínicas se desenvolvem, devido a reação imune do organismo contra o microorganismo.

Os sinais clínicos da erliquiose, variam de acordo com a fase da doença, condições imunes do hospedeiro e tipo de cepa e espécie de Erlichia.

Na fase aguda o cão pode manifestar sinais de febre, anorexia, perda de peso, presença de carrapatos e aumento de linfonodos. Já na fase crônica os sinais em sua maioria são causados por uma reação imune do organismo tentanto combater o parasita, o cão pode apresentar: depressão, perda de peso, mucosas pálidas devido a anemia intensa, dor abdominal, sangramento nasal, diarréia escura, vômito, lesões oculares (sangramentos oculares, uveíte), aumento de órgaõs (baço, fígado), alterações neurológicas (compativeis com inflamação de meninges), aumento no consumo de água e frequência de urina (secundário a lesão renal) entre outros sinais, caracterizam cães que desenvolvem manifestações da doença durante a infecção crônica. Devido a imunossupressão infecções bacterianas secundárias poderão aparecer.

Os sinais clínicos da fase crônica são discretos a ausentes em alguns cães e graves em outros cães, não é raro em áreas endêmicas detectar alterações no exame de sangue compatíveis com infecção crônica por E.canis em cães saudáveis que estejam apenas fazendo exames de rotina.

O diagnóstico é feito através do histórico (presença de carrapatos ou área endêmica da doença), sinais clínicos e achados de exames laboratoriais. A Erlichia canis afeta determinadas células do sangue, levando a um baixo número circulante delas e tal achado em associação aos sinais clínicos pode ser sugestivo da doença. Exames bioquímicos e urinálise são importantes para detectar alterações precoces em outros órgãos, principalmente os rins.

Exames mais específicos como sorologia e PCR, são úteis para se chegar ao diagnóstico. Alguns cães podem estar concomitantemente infectados pela erliquiose e babesiose, ou mesmo hepatozoonose, visto todas serem transmitidas pelo mesmo carrapato.

A erliquiose é uma doença fatal se não tratada. O tratamento tem a intenção de combater o microorganismo, bem como tratar as lesões por ele causada. A terapia básica consiste em antibioticoterapia via oral com droga específica durante 21 dias. Em alguns casos pode ser necessário uso de droga injetável aplicada a cada 7-15 dias. Dependendo da gravidade dos sinais o cão precisará de internamento para fluidoterapia e tranfusão sanguinea. O sucesso do tratamento irá depender da fase da doença e gravidade dos sinais que o cão apresenta, visto que em estágios avançados da erliquiose pode ocorrer aplasia de medula.

O controle da infestação dos carrapatos é parte essencial do tratamento, para evitar uma recidiva da doença, pois o cão não se torna "imune" após a infeção, e com isso caso seja novamente picado por um carrapato infectado, poderá adoecer de novo.

Como a erliquiose não é transmitida via transovariana no carrapato, a doença pode ser eliminada no meio ambiente pelo controle dos carrapatos e pelo tratamento de todos os cães por toda uma geração de carrapatos. O R. sanguineus pode transmitir a erliquiose por aproximadamente 155 dias.