

Olhem a limpeza dos cobertores! Muitos donos de cães e gatos, com casa própria e condições financeiras, não têm o mesmo amor, respeito, e o cuidado com seus animais de estimação...
Bom, acho que todos que tem cães em casa já ouviu falar da Doença do Carrapato, ou também chamada de Erliquiose canina.
Mas afinal, o que é a Erliquiose canina?
A Erliquiose é uma grave doença infecciosa que acomete animais da família canidae que são lobos, cães e chacais. Atualmente, é denominada erlichiose monocítica canina (EMC).
Essa doença é causada principalmente pela bactéria Erlichia canis, tem como vetor (transmissor) o carrapato Rhipicephalus sanguineus, chamado comumente de carrapato vermelho ou carrapato marrom do cão. A transmissão também pode acontecer durante transfusões sanguíneas ou através de agulhas ou instrumentais cirúrgicos contaminados. O mesmo carrapato transmissor da erliquiose é responsável pela transmissão da Babesiose, outra doença infecciosa que pode ocorrer juntamente junto com a erliquiose, agravando ainda mais o quadro do cão contaminado.
Como o cão se contamina?
Ao picar um cão contaminado, o carrapato transmite a doença para outro cão sadio que venha a picar também. O sangue do primeiro cão contaminado é inoculado no cão sadio através do carrapato Rhipicephalus sanguineus.
Quais os sinais e sintomas apresentados pelo cão contaminado pela Erlichia canis?
A fase inicial da infecção ou fase aguda, geralmente traz um quadro de febre, que pode variar entre 39,5 ºC e 41,5 ºC. Em geral, o animal apresenta ainda perda de apetite, com conseqüente perda de peso. Pode apresentar ainda fraqueza muscular. Alguns cães, que apresentam quadro mais grave na fase aguda, podem apresentar secreção nasal, param totalmente de se alimentar, apatia, depressão, sangramento nasal, urina com sangue (hematúria), sangramento digestivo, náuseas, vômitos, inchaço nas patas, dificuldade para respirar. A fase aguda pode durar cerca de 4 semanas e, se não for muito intensa ou se o animal permanece por longos períodos sozinho, pode passar desapercebida pelo proprietário.
Alguns animais apresentam a doença numa forma subclínica, isto é, sem sinais e sintomas aparentes. Os proprietários mais atenciosos podem perceber palidez de mucosas, perda de apetite e/ou inchaço nos membros. Quando avaliado pelo veterinário, geralmente é detectada anemia, sinal de algum sangramento que não foi notado.
Em alguns cães a infecção pode ser persistente e, quando o sistema imunológico do animal não for capaz de combater e eliminar a bactéria, este apresentará a fase crônica da doença. Nestes, a doença adquire características de doença auto-imune, comprometendo todo o sistema imunológico, reduzindo as defesas para outras infecções. Além da anemia, fraqueza, o animal pode ser acometido por infecções secundárias, oportunistas, causando pneumonia, diarréia, lesões na pele, etc…Ao exame de sangue, percebe-se uma queda de plaquetas, que são responsáveis pela coagulação sanguínea, o que causará sangramentos crônicos (sangramento nasal, no aparelho digestivo, etc). Dessa forma, o animal ficará fraco, apático, sentindo-se sempre cansado, devido à anemia.
A seta mostra a Erlichia (bactéria) dentro de um leucócito (célula de defesa do organismo).
Como é feito o diagnóstico da erliquiose?
Os sintomas apresentados pelo cão no início da doença (fase aguda) não são específicos e podem levar a diversas suspeitas diagnósticas, dificultando a detecção da doença. Outros fatores, se observados podem ajudar no diagnóstico como, por exemplo a presença do carrapato no animal ou no ambiente e a ocorrência da enfermidade em outros cães da região.
O diagnóstico pode ser feito através do exame de sangue (Hematócrito). Após colhido o sangue pelo veterinário, será encaminhado para laboratório e, através de esfregaço ou testes sorológicos, pode ser detectada a doença.
A erliquiose tem cura?
Sim, tem cura se tratada adequadamente. As chances de cura são maiores quando o tratamento é iniciado precocemente. Quando tratada no início da doença, após cerca de 48 horas após o início do tratamento já pode ser observada melhora no estado geral do animal.
Como é tratada a erliquiose?
A doença é tratada com o uso do antibiótico “DOXICICLINA” , em qualquer fase da doença.
O combate ao carrapato transmissor da doença é muito importante para o tratamento, evitando o risco de re-infecção e de transmissão a outros animais sadios. Para tal, devem ser utilizados carrapaticidas no ambiente e também no animal. A coleira anti carrapato deve ser usada pelo cão, bem como produtos em banho medicinal e de aplicação na pele.
Os humanos pode pegar erliquiose?
Não há relatos de casos de erliquiose canina em humanos, entretanto, outros tipos de bactéria erlichia, que não a canis, podem transmitir outro tipo de erliquiose para humanos, também através de carrapatos.
Prevenção:
É feita pela higienização do animal e do ambiente. A presença do carrapato pode ser evitada através do tratamento do ambiente com carrapaticidas.
Então, cuide sempre do seu grande amigo e combata essa grave doença !
Não me de remedios sem consultar o veterinario...
Entende-se por medicamento, qualquer droga (remédio) de uso oral (comprimido, líquido ou cápsulas), injetável ou tópico (pomadas, xampus, cremes, sprays). A ato de prescrever um medicamento, não consiste apenas em escrever uma receita com nome e dose do medicamento. Para que determinada droga seja prescrita é preciso ter conhecimento sobre anatomia, fisiologia, farmacologia e patologia clínica, visto que uma droga necessita de N fatores pra ter sua ação esperada no organismo. No caso da medicina veterinária isso se torna ainda mais importante, pois lida-se com espécies diferentes, diversas raças, tamanhos e idades de cães e gatos.
Muitas vezes, na angústia de ver seu animal de companhia com comportamento alterado ou apresentando algum sinal clínico específico, o proprietário ou responsável por ele acaba recorrendo a medicamentos “comuns” em casa, na tentativa de ajudar seu cão ou gato de estimação. Mas infelizmente essa atitude envolta em boa intenção, acaba na maioria das vezes somente prejudicando o quadro do animal. Isso porque na medicina veterinária, os medicamentos são prescritos de acordo com o peso exato do animal, idade, espécie (cão ou gato), condição do animal, e algumas vezes até de acordo com a raça. Além disso, algumas medicações, entre elas as humanas, extremamente comuns em quase todos os lares, são contra-indicadas para cães e gatos. Ou quando se tem indicação, a dose seguida é individual, e não pode levar por base nem ao menos doses pediátricas humanas.
Já com relação a medicamentos de uso veterinário, usados sem indicação do Médico Veterinário após exame completo do animal, também podem gerar graves consequências. Algumas raças de cães por exemplo são sensíveis a uma determinada medicação veterinária usada comumente no tratamento de sarnas, nestas raças esta medicação pode levar o animal a problemas neurológicos graves. Alguns xampus antipulgas para cães não podem ser usados em gatos, pois são tóxicos. Antibióticos e analgésicos de uso veterinário possuem doses individuais de acordo com o peso exato no animal. Sendo que as doses de bula e frequência de uso, muitas vezes pode variar de acordo com a condição clínica do paciente.
Animais jovens, idosos, fêmeas grávidas ou em lactação possuem várias restrições relacionadas a medicações. Algumas medicações usadas em fêmeas prenhes, podem levar a formação de fetos com problemas físicos. Outras medicações passam através do leite e podem afetar uma ninhada inteira no caso de fêmeas lactantes. Idosos e jovens possuem metabolismo diferente que os adultos, precisando de intervalos maiores ou menores de administração do medicamento.
Ou seja, se seu animal estiver apresentando qualquer alteração de comportamento ou sinal clínico (vômito, diarréia, dor, dificuldade de locomoção, problemas dermatológicos etc.) procure o Médico Veterinário. Pois algumas vezes o problema que era “simples” pode se tornar muito complicado devido a medicação sem prescrição. Portanto medicamentos que foram usados em outras situações (mesmo que prescritos pelo Veterinário), medicamentos pediátricos de uso humano, “conselhos” de parentes, balconistas de pet-shops ou casas agropecuárias, balconista de farmácia ou qualquer pessoa que não seja um profissional Médico Veterinário capacitado para prescrever um medicamento para seu animal de estimação, não devem ser seguidos!
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