Bom, acho que todos que tem cães em casa já ouviu falar da Doença do Carrapato, ou também chamada de Erliquiose canina.
Mas afinal, o que é a Erliquiose canina?
A Erliquiose é uma grave doença infecciosa que acomete animais da família canidae que são lobos, cães e chacais. Atualmente, é denominada erlichiose monocítica canina (EMC).
Essa doença é causada principalmente pela bactéria Erlichia canis, tem como vetor (transmissor) o carrapato Rhipicephalus sanguineus, chamado comumente de carrapato vermelho ou carrapato marrom do cão. A transmissão também pode acontecer durante transfusões sanguíneas ou através de agulhas ou instrumentais cirúrgicos contaminados. O mesmo carrapato transmissor da erliquiose é responsável pela transmissão da Babesiose, outra doença infecciosa que pode ocorrer juntamente junto com a erliquiose, agravando ainda mais o quadro do cão contaminado.
Como o cão se contamina?
Ao picar um cão contaminado, o carrapato transmite a doença para outro cão sadio que venha a picar também. O sangue do primeiro cão contaminado é inoculado no cão sadio através do carrapato Rhipicephalus sanguineus.
Quais os sinais e sintomas apresentados pelo cão contaminado pela Erlichia canis?
A fase inicial da infecção ou fase aguda, geralmente traz um quadro de febre, que pode variar entre 39,5 ºC e 41,5 ºC. Em geral, o animal apresenta ainda perda de apetite, com conseqüente perda de peso. Pode apresentar ainda fraqueza muscular. Alguns cães, que apresentam quadro mais grave na fase aguda, podem apresentar secreção nasal, param totalmente de se alimentar, apatia, depressão, sangramento nasal, urina com sangue (hematúria), sangramento digestivo, náuseas, vômitos, inchaço nas patas, dificuldade para respirar. A fase aguda pode durar cerca de 4 semanas e, se não for muito intensa ou se o animal permanece por longos períodos sozinho, pode passar desapercebida pelo proprietário.
Alguns animais apresentam a doença numa forma subclínica, isto é, sem sinais e sintomas aparentes. Os proprietários mais atenciosos podem perceber palidez de mucosas, perda de apetite e/ou inchaço nos membros. Quando avaliado pelo veterinário, geralmente é detectada anemia, sinal de algum sangramento que não foi notado.
Em alguns cães a infecção pode ser persistente e, quando o sistema imunológico do animal não for capaz de combater e eliminar a bactéria, este apresentará a fase crônica da doença. Nestes, a doença adquire características de doença auto-imune, comprometendo todo o sistema imunológico, reduzindo as defesas para outras infecções. Além da anemia, fraqueza, o animal pode ser acometido por infecções secundárias, oportunistas, causando pneumonia, diarréia, lesões na pele, etc…Ao exame de sangue, percebe-se uma queda de plaquetas, que são responsáveis pela coagulação sanguínea, o que causará sangramentos crônicos (sangramento nasal, no aparelho digestivo, etc). Dessa forma, o animal ficará fraco, apático, sentindo-se sempre cansado, devido à anemia.
A seta mostra a Erlichia (bactéria) dentro de um leucócito (célula de defesa do organismo).
Como é feito o diagnóstico da erliquiose?
Os sintomas apresentados pelo cão no início da doença (fase aguda) não são específicos e podem levar a diversas suspeitas diagnósticas, dificultando a detecção da doença. Outros fatores, se observados podem ajudar no diagnóstico como, por exemplo a presença do carrapato no animal ou no ambiente e a ocorrência da enfermidade em outros cães da região.
O diagnóstico pode ser feito através do exame de sangue (Hematócrito). Após colhido o sangue pelo veterinário, será encaminhado para laboratório e, através de esfregaço ou testes sorológicos, pode ser detectada a doença.
A erliquiose tem cura?
Sim, tem cura se tratada adequadamente. As chances de cura são maiores quando o tratamento é iniciado precocemente. Quando tratada no início da doença, após cerca de 48 horas após o início do tratamento já pode ser observada melhora no estado geral do animal.
Como é tratada a erliquiose?
A doença é tratada com o uso do antibiótico “DOXICICLINA” , em qualquer fase da doença.
O combate ao carrapato transmissor da doença é muito importante para o tratamento, evitando o risco de re-infecção e de transmissão a outros animais sadios. Para tal, devem ser utilizados carrapaticidas no ambiente e também no animal. A coleira anti carrapato deve ser usada pelo cão, bem como produtos em banho medicinal e de aplicação na pele.
Os humanos pode pegar erliquiose?
Não há relatos de casos de erliquiose canina em humanos, entretanto, outros tipos de bactéria erlichia, que não a canis, podem transmitir outro tipo de erliquiose para humanos, também através de carrapatos.
Prevenção:
É feita pela higienização do animal e do ambiente. A presença do carrapato pode ser evitada através do tratamento do ambiente com carrapaticidas.
Então, cuide sempre do seu grande amigo e combata essa grave doença !
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